OS APOIOS BERGEN
COMO FUNCIONA
Apoiada na Lei das Vazas Totais a convenção trata dos apoios às aberturas em naipe rico com 4 ou mais cartas, mantendo as zonas de força do respondente. Não sendo o Bridge um mero exercício matemático alguns dados estatístico são uma boa ajuda para um melhor desempenho. A convenção está longe de ser uma grande novidade no que respeita à importância da nona carta de trunfo. Mais um trunfo no fit significa maior segurança no próprio naipe, maior frequência na aplicação da técnica do morto invertido em que os cortes são feitos com a mão mais curta em trunfo e o destrunfo é feito com a mão mais comprida, a troca de uma perdente por uma ganhante o que, na maioria dos casos, acrescenta uma vaza ao potencial da mão e, the last but not the least, o efeito de barragem sobre o leilão adversário.
Para quem começou a sua aventura no bridge pelo velhinho sistema francês está seguramente recordado da forma como eram contados os pontos de apoio, acrescentando 2 pontos pela presença da 9ª carta de trunfo, o que nos conduzia a uma avaliação muito semelhante. A vantagem dos Bergen está no conhecimento antecipado pelo abridor sobre que tipo de força estamos a considerar, se em pontos H se em distribuição.
O ESQUEMA
Na sua versão original os apoios são:
1♥♠ - 3♥♠ = 4+ cartas de apoio, barragem. Para alguns pares 5-7DH, para os mais agressivos 3-7DH, para o grupo dos "daqui para cima" qualquer coisa que acaba em 7DH.
1♥♠ - 3♣ = 4+ cartas de apoio, a boa mão de apoio simples (8-10DH).
1♥♠ - 3♦ = 4+ cartas de apoio, a mão de convite (11-12DH), anteriormente marcada com o apoio em salto.
O COMPLEMENTO
A definição das mãos de apoio com 4+ cartas e 13+DH tem um conjunto de ferramentas prontas a usar sendo a mais popular os 2ST Jacoby.
O MODERADOR DE ENTUSIASMOS
Diz o Povo e com razão que "não há bela sem senão". No caso dos apoios Bergen o senão é o desaparecimento da voz "natural" de convite 1X-3X. Estas mãos, com apenas 3 cartas de apoio vão ter de ser definidas de outra forma. Na maioria das parcerias, pelo menos entre nós, utiliza-se o 1ST forcing.
Se aos Apoios Bergen juntarmos os 2ST Jacoby então desaparece mais uma voz "natural", que mostrava as mãos balançadas com 11-12H. Em resumo, a decisão de jogar os Apoios Bergen implica outras alterações no sistema de marcação, algo que não nos cansamos de referir e daí o título escolhido.
OS 2ST JACOBY
Definido o significado da voz há que decidir sobre os seus desenvolvimentos. Aqui entramos em mais um mundo de opções. Vamos apresentar a que nos parece ser a mais utilizada por cá. Assim:
1X - 2ST
3 outro naipe = Curto no naipe marcado
1X - 2ST
4 outro naipe = Bicolor
1X - 2ST
3X = mão de zona 2 ou superior, na busca do cheleme
1X - 2ST
3ST = 15-17 balançados (para quem não abre em 1ST com ricos de 5) para escolha de contrato
1X - 2ST
4X = Abertura mínima.
A NOSSA OPÇÃO
Optámos por alterar as sequências dos apoios com força de convite 1X - 3♦ "esticando" a força da mão até aos 14 pontos o que implica que o abridor marca 3X com a abertura mínima e não forcing, 4X para jogar e as mudanças de naipe como controlos e tentativa de cheleme.
A marcação de 2ST em resposta à abertura em rico passa a ser uma mão de 15+ pontos, com 2 ou mais cartas no naipe de abertura.
O rebide em um novo naipe abaixo do naipe de abertura é natural, a repetição do naipe de abertura ao nível 3 mostra 6+ cartas, 14+ pontos, sem singletons. Se ao nível de partida promete também 6+ cartas, 11-13, sem singletons.
O rebide em 3ST mostra um 5-3-3-2 mínimo e 4ST um 5-3-3-2 com 18-19.
Os rebides em naipes acima do naipe de abertura mostra 6+cartas no naipe e singleton no naipe anunciado.
Os nossos desenvolvimentos são ligeiramente diferentes, mas também exigem um pouco mais de memorização pelo que, para começar, podemos adoptar este esquema.
Em outro artigo falaremos do 1ST forcing que pode servir de complemento para a utilização dos Apoios Bergen. Se não for o 1ST forcing outro mecanismo terá de ser encontrado pela parceria.