A REGRA DOS ONZE

por Pierre Albarran (1894-1960)

(artigo publicado no site da Confederação Sul-Americana de Bridge)

Introdução

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A Regra dos Onze

Pierre Albarran foi um dos pioneiros do Bridge Contrato, nascido em 1927. Embora nascido na Índia, acabou por se radicar em França, País que representou em várias ocasiões. Fazia parte da equipa que se sagrou campeã da Europa em 1935 e participou nos primeiros Campeonatos do Mundo da modalidade, no mesmo ano.

Para além do bridge, também foi um exímio praticante de ténis, sendo membro da equipa francesa que participou na Taça Davis.

Foi autor de vários livros de bridge, muitas deles em parceria com o seu parceiro e amigo Jose Le Dentu. Da vasta lista, destacamos:

  • Bridge, Nouvelle methode de nomination. Les jeux bicolores. Le Canape, 1946
  • Cent dones extraordinaires: Bridge, 1953, co-author Jose Le Dentu
  • Comment Gagner Au Bridge, 1959, co-author Pierre Jais
  • L'Encyclopedie du bridge moderne, 1957
  • L'Encyclopedie du bridge moderne: Volume 2, 1968
  • Le Bridge pour Tous, 1949, co-author Robert de Nexon
  • Le Nouveau Bridge Pour Tous, 1958, co-authors Robert de Nexon and Jose Le Dentu
  • Notre Methode de Bridge, 1936, co-author Robert de Nexon
  • Nouveau Memento de Bridge en 100 Lecons: Encheres Naturelles, 1976, co-author Jose Le Dentu

Foi o criador da célebre e ainda hoje actual Convenção Albarran (abertura em 2, forçante de partida). Desenvolveu também o conceito de CANAPÉ, ainda hoje utilizado por muitos jogadores em todo o Mundo.

A regra dos onze é uma das suas mais conhecidas criações e que continua a ser utilizada por jogadores de todo o Mundo. Notável para uma regra com mais de 100 anos de existência.

As populares saídas à quarta carta do naipe comprido contra contratos de ST, permitem ao parceiro do defensor que saiu saber quantas cartas mais altas que a carta de saída possui a mão escondida do declarante. Imagine que o seu parceiro saiu ao 6 contra um contrato de ST. Diminuindo o valor nominal da carta (6) a 11 fica a saber quantas cartas mais altas faltam. Contando as suas cartas e as cartas do morto, superiores ao 6, é fácil calcular as cartas superiores ao 6 que se encontram na mão fechada.

Exemplo 1: O nosso parceiro sai ao 6. No morto aparece V72 nesse naipe e nós temos K105.

Diminuindo o valor nominal da carta (6) a 11 fica a saber quantas cartas mais altas faltam. Contando as nossas cartas e as cartas do morto, superiores ao 6, é fácil calcular as cartas superiores ao 6 que se encontram na mão fechada. No nosso exdemplo, o declarante apenas possui uma carta superior à carta de saída do seu parceiro.

Exemplo 2: O seu parceiro sai ao 7 e o morto apresenta Q954. Na sua mão tem KJ6. Quantas cartas existem na mão do declarante superiores ao 7? 11 - 7 = 4. Logo, como está a ver 4 cartas superiores ao 7 entre o morto e a sua mão, o declarante não pode ter nenhuma.

Esta regra é aplicável quer para a defesa quer para o declarante.

Exemplo 3: É agora declarante e a saída foi ao 8. No morto aparece KJ76 e na mão tem 94. O que deve jogar do morto? Aplicando a regra dos 11, sabe que existem 3 cartas de valor superior ao 8 e todas elas estão à vista. Conclusão, jogue pequena carta do morto porque, garantidamente, o seu 9 irá ser suficiente para fazer a vaza.

Exemplo 4: Novamente declarante, a saída foi ao 7. No morto aparece AD5 e na mão tem 983. Faltando 4 cartas maiores que o 7 e estando elas todas à vista, jogue pequena do morto. O seu 8 vai ser suficiente para ganhar a vaza.